A triste vida do estudante da EFLCH tratado como “boiada” em mais um caso: Torricelli-Anhanguera

 “Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.”

Admirável Gado Novo, Zé Ramalho

Na última reunião da Congregação, diante do complexo quadro entre construir salas provisórias no galpão, no bairro dos Pimentas ou locação do Colégio Torricelli – Anhanguera, no centro de Guarulhos, durante a construção do prédio da Unifesp Campus Pimentas, a votação da proposta de um amplo debate público com a comunidade acadêmica, defendida pelos estudantes e técnicos administrativos, foi derrotada – sendo “adiada” para depois das eleições da Diretoria Acadêmica.

A história dos docentes que compõe o nucléo central conservador da Unifesp, é conhecida há tempo e não é a toa que setores da própria categoria docente os apelidaram de “Os falcões da Congregação” – que mesmo depois da queda da burocracia arcaica, ainda continuam se utilizando de mecanismos oportunistas para criminalizar o movimento estudantil e usam do artifício falacioso de que os estudantes são “inimigos” dos professores que inventaram durante a greve de 2012 juntamente com mais alguns apoiadores, como mecanismo de cooptação do movimento estudantil.

Esta prática tem sido comum, e caracteriza o modus operandi  deste núcleo minoritário de docentes,que, à revelia das discussões políticas dos estudantes, repetem o mesmo comportamento conservador e provocativo utilizado durante a Greve 2012, tratando os estudantes como “meros objetos transitórios” neste universidade.

Basta que haja um posicionamento politico que recuse a ficar sob suas as botas e, pronto, o caso é tratado com os adjetivos de “selvageria”, “ultra”, “radical” e vai por aí. Seria caso de “bullying” (ou “assédio moral”) ou sindicâncias abertas por estudantes caso os meios administrativos tivessem tal abertura. Repetem seu comportamento nas salas de aula, tratando as causas estudantis como assunto de segunda importância.

Ocorre que o campus comporta mais de 2.500 estudantes e, centenas destes residem no entorno do Campus Pimentas, portanto – caso seja consolidada a transferência – dizem provisória – para o prédio da Torricelli-Anhanguera, no centro da cidade, se este for o caminho e não a construção provisória das salas no Galpão dos Pimentas, ainda não há resposta claras como ficará a vida destes estudantes, seja quanto ao transporte, refeitório, biblioteca, internet e outras ferramentas necessárias à vida acadêmica.

Não tem sentido que apenas os 15 ou 20 docentes conservadores, os escolásticos, definam a vida de centenas e centenas de estudantes. Afinal, não é apenas debater de forma coletiva, envolvendo os demais estudantes, técnico-administrativos e docentes, que está sendo negado. O próprio projeto de transferência do campus ainda é desconhecido.

Tomando como retrospecto o próprio ano de 2012/2013, os fatos e atas provam que enquanto a ala minoritária docente  fala de democracia, escondem suas reais intenções nas votações e, comprovam que a Congregação cada vez mais se aproxima do parlamento russo conservador, conhecido por Duma Estatal do Império.

No campo das entidades representativas, o debate público construído a partir de uma comissão paritária, eleita na Congregação, que faça frente na organização deste evento, permitiria que DCE, Adunifesp e Cotag trouxessem a posição de suas bases.

Indo além, qual será a posição dos 788 estudantes que votaram na Chapa 1 ou 2 para o cargo de diretor e vice, incluindo os apoiadores diretos, sejam  estudantes ou docentes. Um fórum para debate de questões materiais urgentes e também sobre a permanência da EFLCH nos Pimentas com todos os seus cursos e a vinda de outros que futuramente possam ser integrados no projeto pedagógico do campus, assunto superficialmente tocado nos recentes debates entre as chapas.

No próximo dia 04/04, a Congregação vai se reunir para definir a questão da construção provisória ou locação. Pelo histórico antidemocrático das decisões, talvez muitas dessas perguntas jamais sejam respondidas. Voltando à letra, somente com a participação ativa dos estudantes e do povo é que realizará a mudança histórica, quando deixará para trás a marca de submissão e conformismo que lhe são impostos por todo o aparato burocrático.

Fonte: Jornal Unifesp Livre

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2 respostas para A triste vida do estudante da EFLCH tratado como “boiada” em mais um caso: Torricelli-Anhanguera

  1. Valéria Thomé Izar disse:

    Sou caloura da Unifesp Guarulhos e tenho uma coisa a dizer: onde quer que seja o campus, sempre haverá prejuízo a alguns, mas não pode haver prejuízo à maioria. Se são centenas de estudantes que residem no entorno, eles compõem 30%, mas a maciça maioria, cerca de 70% dos alunos, residem fora de Guarulhos, ou seja, a transferência para o centro apenas facilitará a vida deles. E não ficará longe para quem mora no entorno de Pimentas, pois ainda é a mesma cidade! Imaginem quem mora e trabalha em São Paulo. No meu caso, que moro no ABC paulista, não sei nem se poderei estudar caso o campus permaneça em Pimentas e sei que é o caso de muitos que ingressam. Na verdade, eu defenderia a mudança para o centro de São Paulo, que fica acessível a muitas pessoas, mas por questões políticas isso seria impossível. Agora protestar porque vai para o centro de Guarulhos? Não vejo sentido… Além do mais, a transferência se dará para a construção do campus, não é?

  2. ze cuequinha disse:

    Muito bem Valéria, isso mesmo … esses caras querem o quê? Estudar em meio ao barulho de máquinas , engolindo poeira e pisando em tábua de obras … affffffff quanta burrice!!!!!!!!1

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