Resposta do Prof. Juvenal Savian ao Depto. de Educação

Publicamos abaixo, a pedido do Prof. Juvenal Savian, a resposta à carta do Depto. de Educação enviada ao CONSU dia 06/08, conforme noticiamos aqui no blog:

https://greveunifesp.wordpress.com/2012/08/07/dossie-que-retrata-os-problemas-da-unifesp-aprofunda-crise-e-cria-cisao-na-eflch/

“Em atenção à carta enviada hoje pelo Depto. de Educação à Reitoria, ao CONSU e aos membros da Congregação da EFLCH, envio este e-mail aos senhores, em regime de urgência, esclarecendo que protocolarei esta mensagem sob a forma de ofício, amanhã, junto à Reitoria. Dada, porém, a gravidade do caso, convinha que eu me posicionasse de imediato. Infelizmente somente agora tomei conhecimento da referida carta; do contrário, ter-me-ia pronunciado antes. Serei o mais conciso possível e solicito especial atenção dos senhores.

Em primeiro lugar, devo lembrar que a carta por mim enviada ao CONSU justificava-se pelo fato de a imprensa ter divulgado o dossiê sobre a crise da EFLCH-Unifesp (por mim protocolado junto às instâncias de governo da Unifesp), com afirmações não exatamente errôneas, mas nem sempre integralmente correspondentes aos meus pronunciamentos. Por exemplo, nunca afirmei que a Unifesp não faz nada especificamente pela população do Bairro dos Pimentas. Falei claramente aos repórteres sobre o hospital da EPM no bairro e do trabalho de docentes e alunos da EFLCH em escolas e grupos culturais de Guarulhos. O que eu disse exatamente é que a EFLCH é uma escola universitária, aberta a qualquer público, estando organizada em função de seu Projeto Acadêmico e não especificamente de um bairro, seja ele de periferia ou de centro. Visando pôr o órgão máximo de governo da universidade a par desses vaivéns é que enviei a carta com o dossiê.

Na carta, porém, não falo em nome do Departamento de Educação nem afirmo em momento algum que tal departamento discutiu o dossiê ou o tema da permanência da EFLCH no Bairro dos Pimentas; menos ainda que os colegas desse departamento chegaram a alguma posição. A carta é pública e está à disposição de quem desejar conferir a redação original. Eu disse textualmente que os colegas docentes do curso de Pedagogia (Educação) mostram-se majoritariamente contrários ao dossiê. Há grande diferença entre dizer que os colegas MOSTRAM-SE e que os colegas DELIBERARAM. A base para dizer que os colegas mostram-se são as manifestações que recebi. Meu objetivo era dar um exemplo das diferentes reações ao dossiê; nada mais. Não direi que fui infeliz com o exemplo porque, a menos que as pessoas mudem de opinião, os fatos podem comprová-lo.

Em seguida, propus uma hipótese de compreensão dessa reação. Apenas isso! Não foi à toa
que eu disse textualmente ser COMPREENSÍVEL; não fiz afirmações categóricas. Para tanto, baseei-me no contato que tenho com colegas do Depto. de Educação e nas pesquisas dos membros desse departamento (aliás, de projeção e reconhecimento nacional no tocante a alguns colegas). Pode ser o caso de a minha hipótese estar equivocada, mas certamente não é o caso de dizer que pus na boca dos colegas qualquer tipo de afirmação, menos ainda que usei argumentos para desqualificar o projeto acadêmico do curso de Pedagogia. Definitivamente isso não está em minha carta!

A respeito da porcentagem por mim indicada, ela se baseia na consulta que fiz por e-mail.
Aliás, não há dúvida de que, se me sentisse à vontade, seria o primeiro a divulgar aos quatro cantos da universidade os autores das mensagens que recebi. Desafortunadamente me vejo impedido, porque não poucos colegas exigiram sigilo por JÁ sofrerem represálias não de estudantes ditos radicais, mas de colegas de departamento! Em vários casos, colegas
mencionam coerção moral da parte da coordenação de curso!

Quanto aos técnico-administrativos, de fato e para minha surpresa, foi lida uma carta na última reunião da Congregação, falando que a unanimidade deles posicionava-se contra o dossiê e a saída da EFLCH do Bairro dos Pimentas. Mas essa carta não era assinada por todos. E posso assegurar aos senhores que mais de uma dezena dos técnico-administrativos
disseram-me abertamente o contrário.

Tendo dito isso, gostaria de pedir desculpas abertamente aos colegas do Departamento de
Educação por um eventual mal-entendido. Asseguro-lhes que não quis pôr em momento algum seu projeto acadêmico em questão. Quem sou eu para fazê-lo? Mas solicito-lhes, com toda franqueza e humildade, que reanalisem o teor da carta por mim enviada ao CONSU; é
impossível deduzir objetivamente dela o que foi afirmado pelos colegas coordenadores.

Gostaria também de solicitar aos colegas coordenadores, autores do documento protocolado junto à Reitoria, que reflitam sobre seu vocabulário moralista e taxativo, o qual pode ser não apenas sintomático, mas denunciador de sugestões que poderiam dar azo a contestação formal. Foram empregadas expressões como ‘perplexidade’, ‘coletivo’ entre aspas (o que sugere falsidade de informação do dossiê), ‘argumentações vagas e falaciosas’, ‘justificativa imaginada’, ‘pernicioso’, ‘imaginar justificativas’, ‘insinua’, ‘dizer o que nós pensamos’. Os coordenadores propõem ainda que se duvide do apoio dos docentes ao dossiê, dada a ausência de signatários, mas esquecem que o documento foi oficialmente assinado pelos redatores. Objetivamente falando, a ausência de assinaturas não pode permitir nenhuma conclusão, nem para o bem nem para o mal. O dossiê não é acusação; não cabe a seus redatores e apoiadores nenhum ônus da prova.

Os coordenadores do Depto. de Educação desrespeitaram a formalidade necessária ao trato
profissional. Ao empregar um vocabulário judicativo, não deixam espaço para o interlocutor. Lamentavelmente, não manifestam nenhuma consideração de colega para com minha pessoa, pois teriam podido contactar-me antes de enviar uma carta tão polêmica e imprecisa às instâncias de governo da Unifesp. Prefiro crer que foi o calor da hora o responsável por essa atitude. Mas usaram uma bala de canhão para matar um pernilongo!

Ilustríssimos senhores, perdõem-me por este e-mail tão longo. Estejam, porém, certos de
minha consideração, respeito e estima institucional.”

Juvenal Savian Filho
Filosofia – EFLCH – Guarulhos

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Uma resposta para Resposta do Prof. Juvenal Savian ao Depto. de Educação

  1. Sair de Guarulhos? nem à pau Juvenal!

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